A decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de atribuir um código de doença à “velhice” é no mínimo assustadora.
Segundo esta decisão, a nova versão da Classificação Internacional de Doenças (CID), aprovada em 2019 e que vigorará a partir de 2022, quando a morte de pessoa idosa não tiver uma causa muito evidente de doença já devidamente classificada, receberá o código MG2A, equivalente a VELHICE (old age). Ou seja, velhice deixa de ser uma fase da vida e passa a ser doença.
Esta decisão gerará efeitos contraditórios às medidas em prol do Envelhecimento Ativo e Saudável, pelo qual a OMS vem trabalhando há anos, assim como às recentes propostas contidas na estratégia denominada Década do Envelhecimento Saudável (2021 – 2030). Além disso, propiciará o crescimento do preconceito contra a velhice – o ageísmo – já suficientemente difundido e causador de sofrimento às pessoas mais velhas. Representará, ainda, um retrocesso epidemiológico, pois diminuirá as informações sobre mortes de idosos.
O Conselho Federal de Medicina, assim como a Comissão dos Direitos do Idoso (CIDOSO) da Câmara dos Deputados já se manifestaram contrários a esta decisão junto à OMS.
Créditos da Fotos: (SESC SP)