O IBGE divulgou recentemente dados do Censo Demográfico 2022, com ênfase no número de brasileiros por idade e sexo, cujo conjunto de informações ressaltou o franco envelhecimento da população brasileira: aumento da idade média dos brasileiros, do índice de envelhecimento (no de idosos para cada criança de 0 a 14 anos), do número absoluto de pessoas idosas e também o percentual de idosos em relação à população total do país (203.062.512). Além disso verificou-se claramente o processo de longevidade, com significativo aumento de pessoas com 80 anos ou mais e, em contrapartida, a diminuição de nascimentos. O número de pessoas centenárias é igualmente expressivo: 37.814 no Brasil, 667 em Santa Catarina e 83 em Florianópolis.
Para a Associação Nacional de Gerontologia de Santa Catarina (ANG-SC), entidade técnico científica de âmbito estadual, com finalidade precípua de contribuir para a melhoria das condições de vida da população idosa brasileira, a publicação desses dados vem reforçar a necessidade de a sociedade brasileira dedicar mais atenção ao crescente e rápido envelhecimento da população e suas consequências, no que concerne às políticas públicas.
Diante de tantas informações, dados, recortes e infográficos sobre o censo de 2022, vale reforçar a ideia de que pela legislação brasileira, idosa é toda pessoa com 60 anos ou mais.
Assim, não importa o recorte dado pelo IBGE nas suas análises (que é de 65 anos). As políticas públicas voltadas para a população idosa brasileira precisam levar em conta que no Brasil, somos aproximadamente 32.2 milhões de pessoas idosas, o que representa pouco mais de 15,8% da população.
Em Santa Catarina, somos 1.184.393 pessoas idosas (60+), o que representa 15,56% da população do estado.
Florianópolis, por sua vez, tem 91.687 pessoas idosas (60 anos ou mais). E isso equivale a 17,06% da população da cidade.
Assim, ao divulgar números e percentuais de pessoas idosas, tendo como referência a idade de 65 anos (para seguir parâmetros internacionais), o IBGE presta um desserviço à nação e, especialmente às pessoas idosas, já carentes de políticas públicas.
É preciso que nossos governantes saibam que a população idosa, hoje, representa pouco mais de 15,8% da população brasileira. É nesse contingente populacional e na dignidade de cada uma dessas pessoas em particular que os gestores públicos precisam focar ao elaborar a destinação dos recursos orçamentários da respectiva unidade federativa.
Autora do artigo: Advogada Maria Joana Barni Zucco, Diretora de Assuntos Técnico-científicos da ANG-SC
Fonte dos dados:
https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/panorama
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/florianopolis/panorama